12 de dezembro de 2011

Maria Gadú. Mais Uma Página



"Pararam pra reparar? estão ouvindo esse som? pulsando seco na ar, merece nossa atenção! preparem bem os sensores para poder captar, parem usinas motores para ouvirmos bater"


Já chegou nas lojas o novo disco da cantora paulista Mayra Corrêa Aygadoux ou simplesmente Maria Gadú. Ela acaba de lançar o seu segundo álbum de estúdio "Mais uma Página". O Álbum foi gravado pelo selo Slap/Som Livre e produzido por Rodrigo Vidal.


Além da estética sonora, vale destacar o luxuoso projeto gráfico do disco que está impecável, o CD vem embalado em uma caixa que se abre em quatro partes e dentro um encarte turbinado com letras e imagens fora de foco dando ideia de movimento




Maria Gadú chega mais madura em seu novo CD e traz uma sonoridade diferente dos trabalhos anteriores, se no primeiro disco Gadú soava mais acústica, agora as músicas ganharam mais peso. É importante ressaltar também o time de músicos convidados que fazem participação especial em algumas faixas, só pra citar alguns: Marcelo Martins: sax e flatua. Trombone: Aldivas Lima. Flugel: Jessé Sadock e Altair Martins. Violão de nylon: Leo Amuedo e no vocal da faixa 07 "Quem" o cantor e compositor pernambucano Lenine






*Trecho da canção "Reis"
*"Não se fere um rei a ferro e fogo, eu não desejaria ao fogo, à febre um rei"




Mais uma Página é um álbum com um repertório mais sofisticado e que tem tudo pra colocar Maria Gadú no cenário internacional da música, prova disso são as canções "A valsa"- um fado cantando em duo com o cantor lusitano Marco Rodrigues e acompanhado pela guitarra portuguesa de José Manuel Neto e ainda as canções "Like a Rose", "Long Long Time" e a música "Extranjero" que conta com o auxilio luxuoso do acordeom de Alessandro Kramer.


As releituras: "Oração ao Tempo" de Caetano Veloso e "Amor de Índio" Beto Guedes trouxeram um frescor para essas canções e a possibilidade de trazer essas músicas para uma geração mais nova e que talvez não tenha muita intimidade com elas. Outra regravação da cantora é Anjo de guarda noturno, música de Miltinho Edilberto é uma canção mais pop com apelo radiofônico que traz um equilíbrio para o disco


Gadú também acertou nas parcerias, a faixa que abre o disco "No pé do vento" ela assina juntamente com Edu Krieger, já a faixa 09 'Reis" ela divide com Ana Carolina e Chiara Civello. Das faixas inéditas a primeira a ganhar divulgação na mídia foi "Axé Acappella" (Dani Black e Luisa Maita) que inclusive ficou disponível para download no site oficial da cantora. Por Falar em Dani Black ele também contribuiu para o disco com a balada açucarada "Linha Tênue".


Além das três regravações e canções feitas em parceria com outros compositores, há também canções autorais no CD, são elas "Taregué" e "Estranho Natural" além das já citadas acima: "Quem" e "A Valsa". Pra fechar o disco, Maria Gadú inseriu uma faixa escondida, quando acaba a música Amor de Índio ela surge depois de alguns segundos, é a música "Beleza" (Maria Gadú).  



Enfim,  Maria Gadú prova com esse disco que superou a fase Shimbalaiê, deixando de lado a sonoridade acústica do primeiro disco e gravou um álbum mais conciso, leve e que soa moderno e universal. 


tudo isso revela um amadurecimento da cantora que não repetiu fórmulas prontas de sucesso mas escreveu com personalidade mais uma página na história da música popular brasileira.
*Trecho da canção "No pé do vento":


*"Sou pássaro no pé do vento que vai voando a esmo em plena primavera, cantando eu vivo em movimento e sem ser mais do mesmo ainda sou quem era" 


                                 Veja o vídeo release do disco:








"Entre o bem e o mal a linha é tênue meu bem, entre o amor e o ódio a linha é tênue também, quando o desprezo a gente muito preza na vera o que despreza  é o que se dá valor. Falta descobrir a qual desses dois lados convém sua energia para tanto desdém, ou me odeia descaradamente ou disfarçadamente me tem amor".




Wallace Surce.

25 de novembro de 2011

Vencedores da Promoção: Sorteio de 2 CDs da Manu Santos



Olá amigos do Clube da Mpb, nossa parceria com a cantora Manu Santos foi um sucesso! queremos agradecer a todos vocês que participaram do sorteio, quem não ganhou não fique triste, com certeza faremos outras promoções. Veja nesse link o vídeo em que a cantora Manu Santos anuncia o nome dos vencedores da promoção: http://youtu.be/D8hQo4bYpD4

Aqui está o link do sorteio: http://beta.sorteie.me/r/dju e no vídeo abaixo a comprovação de que os sorteados estão de acordo com Às regras exigidas para participar do sorteio:



Queremos agradecer a todos nossos amigos que participaram desse sorteio e especialmente a cantora Manu Santos por ter acreditado e abraçado esse projeto pra "Nossa Alegria" e alegria de todos que amam Mpb.


*Sobre a entrega dos cds, nós iremos mandar uma "mensagem direta" através do twitter pras vencedoras.


19 de novembro de 2011

Chico Buarque anos 60. A era dos Festivais.


Na foto acima Chico Buarque com a filha Silvia em 1977




Chico é um artista que consegue ser genial em tudo que faz, seja na literatura, na música e há quem diga que até no futebol ele arranca elogios de quem o acompanha. Nesse post vamos falar apenas sobre o Chico cantor e compositor que surgiu nos festivais dos anos sessenta.


Nos seus 45 anos de carreira e aproximadamente 40 discos, ele é da geração dos artistas que surgiram nos festivais dos anos sessenta. Sua obra é atemporal, letras poéticas e músicas com requinte harmônico. Chico Buarque é sem duvida o artista que melhor consegue traduzir o sentimento feminino através das suas letras, não é à toa que ele é visto como o compositor preferido das cantoras brasileiras.


Francisco Buarque de Hollanda nasceu no Rio de Janeiro em 19 de Junho de 1944. Filho do historiador Sérgio Buarque de Hollanda, morou em São Paulo, Rio e Roma durante a infância. Desde criança teve contato em casa com grandes personalidades da cultura brasileira como: Vinicius de Moraes (que viria a se tornar seu parceiro), Baden Powell e Oscar Castro Neves, amigos dos pais ou da irmã mais velha, Miúcha, também cantora e violonista.


Em 1964 começou a se apresentar em shows de colégios e festivais e no ano seguinte gravou para RGE o primeiro Compacto, com "Pedro Pedreiro" e "Sonho de Um Carnaval". Desde então não parou mais de compor e se apresentar, participando de festivais internacionais de música, atuando no programa O Fino da Bossa, da TV Record.


Em 1965 Chico Buarque musicou o poema "Morte e Vida Severina", de João Cabral de Mello neto, que fez muito sucesso aqui no Brasil e na França.


A Era dos Festivais.


 *1966- II Festival de Música Popular Brasileira.


Chico se tornou conhecido do grande público quando ganhou o II Festival de Música Popular Brasileira em 1966, transmitido pela TV Record com "A Banda", interpretada por Nara Leão juntamente com Chico Buarque, cada um cantou uma parte da canção, "A Banda" de Chico e "Disparada" de (Geraldo Vandré e Theo de Barros) interpretado por Jair Rodrigues ficaram empatadas em primeiro lugar no festival. Veja abaixo o vídeo de 1982 em que Chico Buarque assiste junto com Nara Leão o festival de 1966:






Agora um momento emocionante do festival, a hora em que foi anunciado os vencedores do festival, reparem como o Teatro Record "quase veio a baixo" na hora em que foi divulgado os vencedores:




Curiosidades do Festival de 66:


O musicólogo Zuza Homem de Mello no livro: "A Era dos Festivais" revelou que "A Banda" venceu o festival. Ele preservou por décadas as folhas de votação do festival. Nelas consta que a música "A Banda" ganhou a competição por 7 a 5, Chico ao perceber que ganharia, foi até o presidente da comissão e disse não aceitar a derrota de "Disparada". Caso isso acontecesse, iria na mesma hora entregar o prêmio ao concorrente.


na foto acima: Jair Rodrigues, Nara Leão e Chico Buarque.
     
 *1967- III Festival da Música Popular Brasileira. TV Record.


Chico Buarque conquistou no ano de 1967 o terceiro lugar com a música "Roda Viva" interpretada por ele e o grupo MPB4, veja o vídeo








Conquistou ainda no ano de 67 o terceiro lugar no II Festival Internacional da Canção "FIC" com a música "Carolina" defendida por Cynara & Cybele. Nesse período, participou pela primeira vez do cinema, atuando no filme "Garota de Ipanema", de Leon Hirszman, interpretando suas composições: "Noite dos Mascarados e "Um Chorinho". Ainda em 1967 recebeu, da Câmara Municipal de São Paulo, o título de Cidadão Paulistano.




   *1968- III Festival Internacional da Canção.


Em 1968 Chico voltou a vencer outro festival com a composição "Sabiá", (c/Tom Jobim), defendida outra vez por Cynara & Cybele. Os detalhes do vídeo ficam por conta das aparições de Elis Regina e Chacrinha nas imagens. É impossível assistir esse vídeo e não se arrepiar ou se emocionar, comprove você mesmo como os próprios olhos.






Como vocês puderam ver no vídeo acima houve um misto de vaias e aplausos, desta vez a vitória foi contestada pelo público, que preferiu a canção que ficou em segundo lugar, "Pra não dizer que não falei das flores" de Geraldo Vandré.


Sua participação em festivais foi definitiva para a consolidação de sua carreira. Fez sucesso com "Roda Viva", "Carolina" e "Sabiá". A participação no festival, com "A Banda", marcou a primeira aparição pública de grande repercussão apresentando um estilo amparado no movimento musical urbano carioca da Bossa Nova, surgido em 1957. Ao longo da carreira o Samba e a MPB também seriam estilos amplamente explorados.


                          
                             Discografia dos anos sessenta.






                             Chico Buarque de Hollanda-1966


1*A Banda. 2*Tem Mais Samba. 3*A Rita. 4*Ela e Sua Janela. 5*Madalena Foi pro Mar.
6*Pedro Pedreiro. 7*Amanhã Ninguém Sabe. 8*Você Não Ouviu. 9*Juca. 10*Olê Olá. 
11*Meu Refrão. 12*Sonho de Um Carnaval.




                             Chico Buarque de Hollanda-1967






1*Noite dos Mascarados. 2*Logo Eu?. 3*Com Açúcar, Com Afeto. 4*Fica. 5*Lua Cheia.
6* Quem Te Viu, Quem Te Vê. 7*Realejo. 8*Ano Novo. 9*A Televisão. 10*Será que Cristina Volta?
11*Morena dos Olhos D'água. 12*Um Chorinho.




                            Chico Buarque de Hollanda-1968








1*Ela Desatinou. 2*Retrato em Branco e Preto. 3*Januária. 4*Desencontro. 5*Carolina. 6*Roda-Viva
7*O Velho. 8*Até Pensei. 9*Sem Fantasia. 10*Até Segunda-Feira. 11*Funeral de Um Lavrador. 
12*Tema Para "Morte e Vida Severina".




Os discos apresentados abaixo são raridades da discografia de Chico, verdadeiras peças de colecionadores:




                            Morte e Vida Severina de 1966






                            
                           Chico Buarque na Itália-1969:












*A primeira parte da homenagem ao Chico Buarque termina aqui, mas continuará depois em outros posts dedicados a carreira deste mestre da MPB. Vou falar ainda sobre a carreira dele na década de 70 e depois continuarei até chegar a fase atual. Espero que vocês tenham curtido. 





16 de novembro de 2011

Sorteio de 2 CDs da Manu Santos



Olá amigos. Esse ano de 2011 foi muito produtivo e feliz pra MPB, tivemos muita gente talentosa despontando para o sucesso e pra Nossa AlegriaManu Santos é uma dessas novas cantoras que surgiram recentemente e logo  nos encantou com sua voz, talento e beleza. Pra comemorar esse sucesso vamos sortear dois CDs pra vocês que curtem o trabalho da Manu e que também prestigiam o Clube da Mpb. Vejam as regras do sorteio:

Para concorrer é preciso seguir esse Blog, lá em cima no canto direito tem a opção "Participar deste", é preciso também seguir o nosso twitter: @EuAmoMpb, o twitter da Manu: @ManuSantosMpb e dar RT nessa frase: http://migre.me/6b


O sorteio será realizado pelo site http://beta.sorteie.meVamos sortear  dois cds no dia 25 de Novembro às 20:00hs e vamos divulgar o resultado no twitter dia 26/11.

 Só lembrando que pra ganhar o CD tem que seguir o blog, os 2 perfis do twitter citados acima e clicar no botão RT na frase com o link: http://migre.me/6bimY
Podem participar. Boa Sorte!










6 de novembro de 2011

Emílio Santiago muito além das aquarelas



Emílio Vitalino Santiago nasceu no Rio de Janeiro no dia 06 de Dezembro de 1946. Na década de 70 cursava a faculdade de direito e foi através dos festivais de música organizados pela faculdade onde Emílio estudava que incentivado por amigos começou a cantar. Foi descoberto num programa de calouros apresentado por Flávio Cavalcanti, na extinta TV Tupi e trabalhou como crooner da orquestra de Ed Licoln, além disso se apresentava em casas noturnas cariocas.

O primeiro LP veio em 1975 pela gravadora CID e trouxe composições de autores como: Ivan Lins, João Donato, Jorge Benjor, Nelson Cavaquinho entre outros.

Transferiu-se no ano seguinte para gravadora Philips/Polygram, onde lançou 10 discos. Foi escolhido como melhor intérprete no Festival dos Festivais, da TV Globo em 1985 com a canção Elis Elis.

Em 1988 Roberto Menescal convidou Emílio Santiago para um projeto na gravadora Som Livre chamado Aquarelas Brasileiras. Sete volumes com canções de sucesso do cancioneiro popular brasileiro, foi um estouro de vendas e projetou a carreira de Emílio no exterior. Além disso Emílio lançou outros projetos especiais como  um tributo ao cantor Dick Farney (Perdido de amor 1995) e no ano seguinte lançou o disco "Dias de Luna", regravando clássicos do bolero hispânico.

Assinou com a Sony Music em 2000 e gravou um álbum dedicado à Bossa Nova, com direito a cd + dvd. Em 2001 Emílio Santiago entrou em estúdio e gravou uma obra prima, "Um Sorriso nos Lábios" disco onde o cantor se debruça sobre a obra de Gonzaguinha, são 16 músicas no cd e vale a pena destacar a super produção do álbum que conta com músicos de altíssimo nível incluindo nipes de metais nas músicas. Um disco daqueles que estão entre os clássicos da MPB.


                                  Outros lançamentos do artista

Emílio lançou em  *2003 pela gravadora Lumiar: "Emílio Santigado encontra João Donato" 
* 2005 O melhor das Aquarelas ao vivo-Indie Records cd+dvd
*2007  De um Jeito Diferente-Indie Records cd+dvd. PS: esse dvd é um registro das músicas no estúdio.
*2010 Só Danço Samba. Esse é primeiro disco gravado pelo selo do próprio cantor: "Santiago Music"

Vale ressaltar que este cd mais recente "Só Danço Samba" é uma homenagem muito bem feita a Ed Lincoln, seu primeiro empregador na música, dos tempos de crooner nas boates cariocas. Aos 65 anos ele prova nesse cd que ainda é um dos melhores intérpretes masculinos de sua geração, com um belo timbre, grande extensão vocal e técnica perfeita. Produzido por José Milton e direção artística do próprio Emílio. 


                          Uma joia rara esquecida nas aquarelas:

Não poderia terminar esse post sem antes falar sobre a música "40 Anos" Autores: (Altay Veloso e Paulo César Feital). Uma verdadeira aula de história contada em forma de música e gravada no disco Aquarela Brasileira 5. Confesso que eu sempre me emociono quando ouço essa canção. A letra é muito forte e toca dentro da alma da gente, desperta nosso sentimento de patriotismo que geralmente só aflora em época de copa do mundo. Ouça a música no parágrafo abaixo e veja se você concorda comigo: 



" São 40 anos de aventuras desde que mãe teve a doçura de dar à luz pr'esse seu "nêgo" e a vida cheia de candura botou canção nesses meus dedos e me entregou um partitura pra eu tocar o meu enredo".

Emílio dispensa maiores comentários, um cantor com uma bagagem de 40 anos de carreira, 30 discos lançados e reconhecimento no exterior, por falar nisso acho válido comentar aqui o elogio do jornalista Stephen Holden, do The New York Times, que o chamou de "Nat King Cole brasileiro" por conta da temporada na  Birbland, mítica casa de Jazz. Um orgulho para nós brasileiros termos um artista de tamanho brilho e reconhecimento internacional.

Infelizmente ainda tem muita gente ignorante que insiste em reduzir a obra do Emílio à apenas "Saigon" e as "Aquarelas", mas a obra dele está aí e ela fala por si só.

                   "Brasil, samba que dá, para o mundo se admirar"






Wallace Surce

23 de outubro de 2011

Clube da Esquina "Os sonhos não envelhecem"






Na foto acima estão Milton Nascimento, Lô Borges e Beto Guedes. Como não tive o privilegio de ter nascido na época de ouro da Música Popular Brasileira, a primeira pergunta que veio à minha cabeça quando eu comecei a ter um contato mais íntimo com a MPB e a  procurar os discos clássicos da nossa música pra ouvir foi a seguinte: o que é o Clube da Esquina que tanto às pessoas falam? é um grupo de amigos, um movimento, um disco, o que é ou o que foi isso?
                                 
O Clube da Esquina surgiu do encontro de um grupo de amigos que se reuniam na esquina da Rua Divinópolis com Paraisópolis no bairro boêmio de Santa Teresa em BH. Ali no meio fio os jovens se juntavam pra cantar e tocar. Essa reunião informal de amigos rendeu um dos discos mais antológicos da MPB, o LP Clube da Esquina gravado em 1972 e tendo como protagonistas centrais Milton Nascimento e Lô Borges com produção de Ronaldo Bastos. Veja abaixo a foto da capa e contracapa desse disco duplo. Ele representa a síntese do que de melhor existia no cenário da música mineira e que teve repercussão mundial.






A capa e a contracapa desse disco foi fotografada por Cafi (Carlos da Silva Assunção Filho) Pernambucano de Recife e amigo de Ronaldo Bastos e Milton Nascimento.


O disco Clube da Esquina marca a união dois grandes intérpretes da música brasileira: Milton Nascimento  Lô Borges. Os dois se conheceram em 1963 quando Milton foi morar no centro de Belo Horizonte. Aos 21e anos e recém chegado de Três Pontas, o músico passou a morar em uma  pensão no edifício Levy, localizado na Avenida Amazonas. Lô Borges, que também morava ali, era o filho do meio de uma família de onze irmãos e conheceu Milton quando tinha apenas dez anos. Curioso e encantando pela voz que vinha dos andares de baixo, Lô desceu as escadas do prédio e conheceu aquele que seria seu parceiro em uma das mais marcantes empreitadas na Música Popular Brasileira.



Milton foi peça fundamental no movimento de aglutinação dos músicos que aconteceu na capital mineira à época. Além de Lô, outros membros da família Borges como Marilton e Márcio se uniram ao músico, consolidando grandes parcerias, de onde saíram belas letras e composições. Flávio Venturini, Vermelho e Tavinho Moura também participaram da efervescência musical na cidade. Mais tarde, após quase dez anos de amizade e música, na esquina da rua Divinópolis com Paraisópolis, no bucólico bairro de Santa Teresa, Milton e os irmãos Borges fundaram o coletivo musical Clube da Esquina. Seus integrantes tinha em comum o interesse por assuntos culturais e políticos e a predileção pelos temas sociais, em detrimento do amor nas letras das canções.


Em 1972 após estudar harmonia com o guitarrista Toninho Horta e devorado os discos dos Beatles durante a adolescência, Lô Borges foi incubido de juntar-se a Milton Nascimento para gravar nos estúdios da EMI, o primeiro disco do Clube da Esquina, que reuniu às composições produzidas durante os anos anteriores pelo grupo de amigos.



O álbum Clube da Esquina foi responsável por revelar ao país a boa safra de músicos mineiros. Produzindo um som original e com grande força poética as canções são marcadas por referências como: Bossa Nova,  Beatles, Choro, Jazz, música folclórica, Rock Progressivo e também música clássica. Vamos enumerar as dez músicas mais representativas do álbum que mudou a história da Música Popular Brasileira e inseriu o nome dos músicos mineiros no cenário da música mundial:


1-Tudo que você podia ser. 2- Cais. 3-O Trem Azul. 4-Nuvem Cigana. 5-Cravo e Canela. 6-Um Girassol da Cor do seu Cabelo. 7-San Vicente. [*-Clube da Esquina n2]. 8-Paisagem da Janela. 9-Um Gosto de Sol. 10-Nada Será como Antes. [ a faixa Clube da Esquina número 2] foi gravada nesse disco só a versão instrumental}. É importante ressaltar também que não se tratam de músicas mineiras, é mais do que isso e está acima de qualquer regionalismo, é música universal, tanto que fez sucesso dentro e fora do Brasil. Abaixo a fotografia de Milton Nascimento com o compositor Fernando Brant.




              Da amizade nasceram as canções


"Antes da música, a amizade" essa é uma das frases de Milton Nascimento para definir o Clube da Esquina. Quando mudou-se para Belo Horizonte em 1964, para morar no edifício Levy e cursar econômia, começou a tocar em bares e a compor com seu vizinho Márcio Borges. A amizade com os outros irmãos de Márcio, Marilton, Lô e Telo foi natural. "Milton era considerado o décimo segundo filho da família. É o amigo irmão", afirma o compositor Telo Borges.


Os Borges então se mudaram para uma casa na rua Divinópolis, no bairro Santa Tereza e a partir disso, o local se torna referência de encontro para os músicos. Dos encontros da esquina surgiram várias composições de sucesso. Vejam no vídeo o compositor Telo Borges falando um pouco sobre a história do Clube da Esquina:






                     O Sucesso do Clube da Esquina




Após esse trabalho, os compositores fizeram sua história mundialmente, devido a ousadia artística e criatividade. O Clube da Esquina teve grande repercussão, artistas do mundo inteiro se renderam as nossas músicas, tanto que o saxofonista Wayne Shorter convidou Milton pra gravar um disco com ele em 1975. O disco chamava-se Native Dancer e serviu para projetar Milton Nascimento para o mercado norte-americano.

                                                   

O Clube da Esquina teve muitos personagens que participaram direta e indiretamente na produção, vou citar alguns nomes aqui, por favor, me perdoem se esqueci de algum nome, procurei privilegiar os dez integrantes que mais se destacaram, mas isso não significa que os que não foram citados foram menos importantes. Vamos a lista:
Milton Nascimento, Lô Borges, Beto Guedes, Toninho Horta, Wagner Tiso, Flávio Venturini, Tavito, Fernando Brant, Ronaldo Bastos, Márcio Borges.




                  1978- Clube da Esquina 2



Corria o ano de 1978. Milton nascimento arregimentava seu time de músicos e parceiros, organizava o lado musical e com produção de Ronaldo Bastos, presenteava-nos com mais um disco histórico: o Clube da Esquina 2. Diferentemente do trabalho coletivo realizado no Clube da Esquina, o Clube 2 foi um álbum inteiramente idealizado e concebido por Milton. A gravadora EMI-ODEON deu carta branca e o nosso Bituca fez o disco como bem quis.


Nesse disco duplo, produção muito difícil para as condições do mercado fonográfico atual, convidados ilustres se destacavam no meio de belas canções, para citar alguns: Elis Regina,Joyce, Chico Buarque e Gonzaguinha, entre outros. Merece destaque também a música Nascente de Flávio Venturini e Murilo Antunes que foi exaustivamente tocada nas rádios.


Pra produzir esse disco Milton chamou seus dois principais letristas, Fernado Brant e Márcio Borges e os instruiu a contabilizar em cima de uma mesma melodia tudo o que eles haviam vivenciado desde o Clube da Esquina inaugual. O resultado é a música com duas letras: "O que foi feito devera/O que foi feito de vera". O que havia sido feito de nós? o que havia sido feito do Brasil? o que havia sido feito de nossos sonhos de meninos? de certa forma o disco todo é uma resposta abrangente para essas perguntas.


Observação: esse texto sobre o Clube da Esquina n2  foi adaptado do Museu Clube da Esquina, autor: Edson Cruz.


Tudo isso nos dá a certeza de que o Clube da Esquina foi sem dúvida um dos principais movimentos da MPB e contribuiu de forma significativa para que a música brasileira fosse difundida e respeitada no mundo inteiro. Uma Obra Antológica  e atemporal. Como diz a letra da canção Clube da Esquina: "Os sonhos não envelhecem".




Se você é fã do Clube da Esquina, com certeza vai gostar do que vai ver abaixo, postei dicas de livros, filme, links, tudo relacionado ao Clube da Esquina.


Quero deixar aqui minhas dicas pra galera que gosta do Clube da Esquina, vou começar pelos livros.


1.Coração Americano : "35 anos do Álbum Clube da Esquina" Autora: Andréa Estanislau


Os Sonhos não envelhecem " Histórias do Clube da Esquina. Autor: Márcio Borges.




    Vejam o teaser de "Clube da Esquina, o Filme"



Agora pra fechar o post eu gostaria que vocês assistissem  esses vídeos que resumem toda a trajetória do Clube da Esquina e mostra os próprios protagonistas do clube (Milton e Lô Borges) narrando esse momento tão especial pra música brasileira.










Links com raridades e informações preciosas pra quem é fã do Clube da Esquina:


Exposição Clube da Esquina 2, clique no rodapé e arraste o mouse como se você fosse virar a página de um livro e a página virtual vai se abrindo. Exposição Clube da Esquina 2


Site com muito material do Clube pra vocês se deliciarem. Museu Clube da Esquina


Quem é fã do Clube da Esquina, certamente já conhece o Blog do Pedro Rossi, dedicado exclusivamente ao Clube da Esquina.  Pra quem não conhece aproveite a oportunidade de conhecer essa maravilha de blog.  Blog Clube da Esquina


Os fãs do Clube da Esquina estão bem servidos de material. Além dos dois discos antológicos que na década de setenta fizeram a cabeça de toda uma geração, os dois livros que citamos aqui, depois veio a criação do Museu Clube da Esquina e agora vieram os quadrinhos: Histórias do Clube da Esquina, de Laudo Ferreira e Omar Vinole é um Livro-Gibi que conta de forma divertida a história do Clube, veja abaixo o trailer HQ "Histórias do Clube da Esquina:










Termino aqui esse post, espero que tenham gostado do conteúdo, ficou enorme e ainda assim faltou dizer muita coisa, por isso postei os vídeos pra que todos tenham a dimensão do que foi o Clube da Esquina e da importância desse disco pra música brasileira. 




   "Sei que nada será como antes amanhã"




Wallace Surce.














15 de outubro de 2011

Tempo de Menino - Pedro Luis

Foi lançado na última quarta (12.10), o CD "Tempo de menino",  primeiro CD solo do compositor e cantor Pedro Luis. Depois de 15 anos com a PLAP (Pedro Luis e a Parede) e 10 anos com o Monobloco, o múltipo Pedro Luis, traz ao público sua mais nova invenção. E antes que questionem, tanto a PLAP, quanto o Monobloco vão de vento em polpa e com Pedro presente. "Tempo de menino" é apenas uma necessidade da incessante e criativa mente do artista.


Acompanho o trabalho do Pedro Luis há algum tempo. Por isso, não resisti em comprar o CD o quanto antes. Sou uma apaixonada por CDs e quando falo CDs falo em mídia, arte gráfica, fotografia e claro, música.  "Tempo de menino" é de arte simples e creio que, exatamente por isso, é de um bom gosto extremo. Fotografias urbanas (clicadas pelo genial Jorge Bispo no Centro do Rio de Janeiro), o preto e o branco predominantes, as letras bem distribuídas, os créditos de cada música bem posicionados (e sem aquelas letras miúdas, que dão a sensação de que é pra ninguém saber quem fez).
E é folheando o encarte que se percebe o quanto Pedro foi cuidadoso com esse seu primeiro "filho" solo. Na ficha técnica, é clara a  presença dos amigos. Nos metais, nos coros, na percussão, nos arranjos, na produção e em tudo mais... Como pai zeloso, Pedro compartilhou a criação desse filhote com os já conhecidos. Estão lá presentes C.A. Ferrari, Felipe Abreu, Celso Alvim, Roberta Sá, Rodrigo Campello, Mario Moura, Jr. Tostoi, Sidon Silva... E por ai vai!


Já na primeira faixa, pode-se observar uma característica marcante do Pedro Luis: a mistura de sonoridades. O delicado piano de Carlos Fuchs, se junta a alfaia e as chaves para dar o tom de Nas estrelasCrise, Tá? (já conhecida na voz da talentosíssima Mariana Aydar) e Só o esqueleto, fazem parte do clã das objetivas e inteligentes críticas sociais e globalizadas. A deliciosa Imbora é uma composição de Pedro com Zé Renato. A música se apresenta aos ouvidos com um vocalise de Roberta Sá. A suavidade continua com o grande Milton Nascimento presenteando essa linda letra e melodia com a sua grande voz. Bela fera, composta para abertura da série As Cariocas, surge em nova versão pelas mesmas mãos que fizeram a trilha da série. E pela genialidade inventiva de Pedro e seus parceiros, a faixa não é um repeteco da que ouvimos na telinha da Globo. 
Em Menina do salão de beleza, o compositor mostra como temas absolutamente improváveis podem se tornar ótimas canções. Basta cair nas mãos certas. A música que fala da vaidade feminina passada por gerações, traz no coro um belo trio composto por 3 afinadas vozes: Cecília Spyer , Roberta Sá e Anna RattoA faixa título do CD, Tempo de menino, traz Erasmo Carlos, que Tijucano como Pedro, dá tempero especial. A música é um retrato do tradicional bairro carioca, com o olhar e voz de quem nele viveu.  Na medida do meu coração tem as características do samba. Mas, com o acréscimo das programações, ganha sonoridade que foge do lugar comum. 
Os beijos, conta com participação da cantora Roberta Sá. A composição, que já era conhecida na voz de Elba Ramalho, ganha novo sabor no dueto do casal. Rio Moderno é um retrato atual do Rio de Janeiro, dando vida mais uma vez ao "cronista musical". O CD ainda conta com as canções Hoje e amanhã não saio de casa do brilhante Luis Melodia e Lusa com a participação da lusitana Carminho.

Depois de algumas audições, fui ler o que andam falando por aí sobre esse lançamento. E é impressionante como ainda tentam, juntando nomenclaturas, enquadrar com um rótulo pré -estabelecido o som que o Pedro Luis faz. Tentativas vãs. O que posso dizer é que o Pedro faz música. De qualidade. E ponto. 

*Pra conhecer um pouco do CD, é só clicar no vídeo. Nele têm trechinhos de todas as músicas. 



10 de outubro de 2011

"A Voz, o Violão, a Música de Djavan"

                            

Biografia

Djavan Caetano Viana nasceu em 27 de Janeiro de 1949, na cidade de  Maceió, estado do Alagoas. Filho de mãe lavadeira, aprendeu a tocar violão sozinho, consultando as revistas de violão vendidas no jornaleiro. Teve como maior influência sua mãe que cantarolava canções de Nelson Gonçalves e Angela Maria.


Djavan e o futebol

Até os 18 anos Djavan ganhava a vida como jogador de futebol, jogava como "Meio de Campo" no CSA (Alagoas). Onde poderia até ter feito carreira profissional, além da bola Djavan também animava os bailes com seu conjunto Luz, Som, Dimensão. (LSD). Mas a paixão pela música falou mais alto e aos 19 anos deixou definitivamente o futebol e passou a dedicar-se apenas à música.


                            O começo da carreira no Rio de Janeiro (1973)



Djavan chegou ao Rio de Janeiro com 23 anos, pra tentar a carreira artística, o detalhe era que ele não conhecia ninguém por lá nem nunca tinha ido ao Rio antes. Começou trabalhando como crooner em boates famosas como:  Number One e 706. Depois de ficar muito tempo "perdido" no Rio, Djavan toma uma atitude que mudaria sua vida, lembrou-se do amigo e conterrâneo Edson Mauro, locutor esportivo da Rádio Globo para pedir que lhe apresentasse alguém da área musical. 

Edson lhe apresentou o radialista e produtor musical Adelzon Alves, este por sua vez disse que a música do Djavan não era necessariamente o tipo de música que ele trabalhava mas que lhe apresentaria um amigo "João Mello" produtor musical da Som Livre.

Djavan é contratado pela Som Livre e passa a gravar trilha de novelas, para as quais grava músicas de compositores consagrados como Dori Caymmi, Toquinho e Vinícius e Paulo e Marcos Valle. Em três anos  Djavan compõe mais de 60 músicas de variados gêneros, uma delas "Fato Consumado" que ficou em segundo lugar no Festival Abertura.



 O divisor de águas na carreira de Djavan

Festival Abertura " promovido pela TV Globo em 1975 foi o divisor de águas na carreira do Alagoano Djavan,  ele conseguiu colocar a música "Fato Consumado" em segundo lugar no festival. Vejam um trecho da música no programa Ensaio da TV Cultura: 




       O primeiro disco:  "A Voz, o Violão, a Música de Djavan"



Em 1976 Djavan grava seu primeiro Disco pela gravadora Som Livre, que incluía uma de suas criações mais consagradas: "Flor-de-Lis" e também a música "Fato Consumado". No ano seguinte Djavan assina contrato com a EMI onde viria a gravar três discos: "Djavan" (1978),  "Alumbramento" (1980) e "Seduzir" (1981). O primeiro nos deu "Serrado" e "Álibi" o segundo "Meu Bem Querer" e "A Rosa" com Chico Buarque e o terceiro "Seduzir" e "Faltando um Pedaço". 


                                     Capa do segundo disco Djavan (1978)


Djavan se consagra como um dos grandes nomes da MPB
                      
Os grandes interpretes da Música Popular Brasileira se rendem as composições de Djavan. Nana Caymmi gravou "Dupla Traição"; Maria Bethânia "Álibi" e Roberto Carlos "A Ilha". Gal Costa fez uma belíssima interpretação de  "Açaí" e "Faltando um Pedaço"; que tornaram-se as mais executadas em todo país. Mas a maior homenagem veio de Caetano Veloso que ao gravar sua versão para música "Sina" retribuiu o verbo "Caetanear" com "Djavanear". 






                Djavan conquista o reconhecimento internacional.








Em 1982 a música Flor de Lis, hit do primeiro, disco torna-se o primeiro sucesso de Djavan no disputado mercado americano na voz da diva Carmen Mcrae com o título de "Upside down". Chega o convite da gravadora CBS, Atual Sony Music e Djavan embarca para Los Angeles para gravar, sob a produção de Ronnie Foster o disco Luz que tem a participação luxuosa de Stevie Wonder tocando harmônica na canção Samurai. 

O álbum é recheado de sucessos como: Sina, Pétala e Açaí. Em 1983 Djavan participou da Gravação do Hit "Superfantástico" do grupo infantil "Turma do Balão Mágico".

Ainda em 1983 Djavan dedica cinco meses da sua carreira ao cinema. "Pra Viver um Grande Amor". Filme de Miguel Faria Jr, no qual Djavan interpreta um poeta-mendigo que se apaixona pela moça rica "Patrícia Pillar". Djavan também produziu e ajudou na composição para trilha sonora junto com Chico Buarque, vejam as músicas que fizeram parte da trilha de Pra Viver um Grande Amor

Em 1984 Djavan grava outro disco em Los Angeles: "Lilás". Seguem-se dois anos de viagens em turnê pelo mundo.

O LP Lilás fez enorme sucesso, a música Lilás foi executada mais de 1300 vezes nas rádios brasileiras no dia de sua estréia, o disco ainda trouxe um outro sucesso radiofônico, "Esquinas".

Ainda na década de 80 gravou os discos "Meu Lado" (1986), "Não é Azul Mar é Mar" (1987) também gravado nos E.U.A em inglês como, Bird of Paradise (1988); e Djavan (1989) com a música Oceano acompanhada pelo violão de Paco de Luccia, foi incluída na trilha da novela Top Model, da TV Globo.


                                                Djavan de 1990 até 2011

Djavan entra na década de noventa dando um "Baile" de musicalidade para "Alivio" dos fãs da boa música, e mostra que a "Ferrugem" não oxidou a criatividade. Em 1992 lançou o disco "Coisa de Acender" músicas como: Se, Boa Noite e Linha do Equador que ele compôs junto com Caetano Veloso são os destaques do álbum. Lançou ainda os discos "Novena" (1994), "Malásia" (1996), e "Bicho Solto" (1998).

           
Djavan Celebra o fim do anos 90 com seu primeiro disco Ao Vivo



Em 1999 Djavan gravou praticamente uma antologia de sua obra, 24 canções divididas em 2 CDs ao vivo, o sucesso se refletiu no número de discos vendidos: "Dois milhões de cópias vendidas" é importante ressaltar que essa informação foi checada e confirmada no próprio site do cantor. 

Nessa fase da carreira Djavan estava tocando com os filhos na banda, Max Viana na guitarra e João Viana na Bateria e ainda tinha a filha Flávia Virgínia fazendo participação especial nos vocais.

O sucesso do disco Ao Vivo foi compartilhado com os fãs durante uma turnê que durou 3 anos e em 2001 Djavan lançou o álbum "Milagreiro" um disco delicioso de se ouvir, uma sonoridade agradável e leve, impossível deixar de falar em algumas músicas como "Farinha" que faz uma homenagem ao povo nordestino, outra música que merece destaque é a faixa que dá nome ao disco "Milagreiro" que é cantada junto com Cassia Eller, essa faixa é de arrepiar, Cássia interpreta a canção com uma intensidade incrível, um dos melhores duetos da MPB.

Em 2004 Djavan inaugura sua própria gravadora a Luanda Records e lança um ótimo disco, o álbum Vaidade, um cd intimista e com arranjos delicados que merecem uma audição bem cuidadosa pra aproveitar todos os detalhes das músicas como o Bandolim do Hamilton de holanda, o clarinete de Lelei e o sax de Marcelo Martins.



Ainda pela sua própria gravadora Djavan viria a lançar mais dois discos, "Na Pista, etc..."(2005) e "Matizes" (2007).

2010 - Djavan lança pela gravadora Biscoito Fino o disco "Ária", álbum em que ele canta a obra de outros autores, mas não é só isso, a banda e a sonoridade do disco tornam o disco muito especial.

Djavan alcança em Ária o máximo da sofisticação e requinte ao dar sua interpretação pessoal a músicas que soam muito natural na voz do cantor como se fossem feitas por ele, essa foi a minha sensação ao escultar esse disco que pra mim é uma obra prima e merece destaque especial na discografia do músico alagoano.



2011 - "Ária ao Vivo". Djavan fez o registro do disco Ária  em CD, DVD e Bluray gravado vivo no Palácio das Artes em Belo Horizonte (MG) nos dias 8 e 9 de abril de 2011. Um presente para os fãs que lotaram o teatro em dois dias de show para celebrar e cantar junto com Djavan que fecha assim um ciclo na carreira e já vislumbra novos ares ao prometer um álbum de inéditas para 2012. 


     Vejam uma amostra do que foi esse show no Palácio das Artes:



Vejam nesse link a Discografia do Djavan

Vocês sabiam que Djavan chegou a ser preso no começo da carreira? Confira essa história no O Som do Vinil.

Fontes consultadas: Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira, Site oficial do Djavan e arquivo pessoal. A caricatura do Djavan foi tirada da internet e não tinha o nome do autor.


Considerações finais:

Foi um prazer incomensurável fazer esse post sobre o Djavan, não só por se tratar de um ícone da MPB mas por ser o meu maior ídolo, desses que a gente tem todos os discos e vai a todos os shows possíveis, Quem é fã do Dja" sabe como é emocionante vê-lo no palco, é uma sensação unica que só a música proporciona. 


"Se toda hora é hora de dar decisão eu falo agora, no fundo eu julgo o mundo um fato consumado e vou embora, não quero mais de mais a mais me aprofundar nessa história, arreio os meus anseios, perco o veio e vivo de memória".