12 de dezembro de 2011

Maria Gadú. Mais Uma Página



"Pararam pra reparar? estão ouvindo esse som? pulsando seco na ar, merece nossa atenção! preparem bem os sensores para poder captar, parem usinas motores para ouvirmos bater"


Já chegou nas lojas o novo disco da cantora paulista Mayra Corrêa Aygadoux ou simplesmente Maria Gadú. Ela acaba de lançar o seu segundo álbum de estúdio "Mais uma Página". O Álbum foi gravado pelo selo Slap/Som Livre e produzido por Rodrigo Vidal.


Além da estética sonora, vale destacar o luxuoso projeto gráfico do disco que está impecável, o CD vem embalado em uma caixa que se abre em quatro partes e dentro um encarte turbinado com letras e imagens fora de foco dando ideia de movimento




Maria Gadú chega mais madura em seu novo CD e traz uma sonoridade diferente dos trabalhos anteriores, se no primeiro disco Gadú soava mais acústica, agora as músicas ganharam mais peso. É importante ressaltar também o time de músicos convidados que fazem participação especial em algumas faixas, só pra citar alguns: Marcelo Martins: sax e flatua. Trombone: Aldivas Lima. Flugel: Jessé Sadock e Altair Martins. Violão de nylon: Leo Amuedo e no vocal da faixa 07 "Quem" o cantor e compositor pernambucano Lenine






*Trecho da canção "Reis"
*"Não se fere um rei a ferro e fogo, eu não desejaria ao fogo, à febre um rei"




Mais uma Página é um álbum com um repertório mais sofisticado e que tem tudo pra colocar Maria Gadú no cenário internacional da música, prova disso são as canções "A valsa"- um fado cantando em duo com o cantor lusitano Marco Rodrigues e acompanhado pela guitarra portuguesa de José Manuel Neto e ainda as canções "Like a Rose", "Long Long Time" e a música "Extranjero" que conta com o auxilio luxuoso do acordeom de Alessandro Kramer.


As releituras: "Oração ao Tempo" de Caetano Veloso e "Amor de Índio" Beto Guedes trouxeram um frescor para essas canções e a possibilidade de trazer essas músicas para uma geração mais nova e que talvez não tenha muita intimidade com elas. Outra regravação da cantora é Anjo de guarda noturno, música de Miltinho Edilberto é uma canção mais pop com apelo radiofônico que traz um equilíbrio para o disco


Gadú também acertou nas parcerias, a faixa que abre o disco "No pé do vento" ela assina juntamente com Edu Krieger, já a faixa 09 'Reis" ela divide com Ana Carolina e Chiara Civello. Das faixas inéditas a primeira a ganhar divulgação na mídia foi "Axé Acappella" (Dani Black e Luisa Maita) que inclusive ficou disponível para download no site oficial da cantora. Por Falar em Dani Black ele também contribuiu para o disco com a balada açucarada "Linha Tênue".


Além das três regravações e canções feitas em parceria com outros compositores, há também canções autorais no CD, são elas "Taregué" e "Estranho Natural" além das já citadas acima: "Quem" e "A Valsa". Pra fechar o disco, Maria Gadú inseriu uma faixa escondida, quando acaba a música Amor de Índio ela surge depois de alguns segundos, é a música "Beleza" (Maria Gadú).  



Enfim,  Maria Gadú prova com esse disco que superou a fase Shimbalaiê, deixando de lado a sonoridade acústica do primeiro disco e gravou um álbum mais conciso, leve e que soa moderno e universal. 


tudo isso revela um amadurecimento da cantora que não repetiu fórmulas prontas de sucesso mas escreveu com personalidade mais uma página na história da música popular brasileira.
*Trecho da canção "No pé do vento":


*"Sou pássaro no pé do vento que vai voando a esmo em plena primavera, cantando eu vivo em movimento e sem ser mais do mesmo ainda sou quem era" 


                                 Veja o vídeo release do disco:








"Entre o bem e o mal a linha é tênue meu bem, entre o amor e o ódio a linha é tênue também, quando o desprezo a gente muito preza na vera o que despreza  é o que se dá valor. Falta descobrir a qual desses dois lados convém sua energia para tanto desdém, ou me odeia descaradamente ou disfarçadamente me tem amor".




Wallace Surce.