29 de maio de 2012

Gal Costa. "O Autotune Não Basta"

Gal é uma das maiores vozes do Brasil. Não adiantam comparações, ninguém toma o lugar de ninguém. E esse é o lugar dela, já faz tempo.

Surgiram muitos comentários sobre o show de estréia do CD Recanto em SP, dia 24/05, devido ao fato dela ter desafinado em algumas músicas. E a quantidade de comentários já era absolutamente esperada. Afinal, sempre esperamos a perfeição dessa voz que já marcou tantos acontecimentos na história da música no Brasil.

Mas que fique claro:  Gal Costa não estava simplesmente resfriada. Foi um problema grave, uma forte faringite. Ela até teve que tomar uma injeção na sexta-feira (25/05) de manhã para melhorar a voz, já que teria que se apresentar para o segundo show em SP.


Eu estava presente neste segundo show, que foi emocionante, como sempre é qualquer coisa envolvendo Gal Costa. Mas posso dizer que a apreensão por causa da afinação dela tornou o espetáculo ainda mais comovente.

Ela entra no palco, mas ninguém vê. Tá tudo escuro e a gente só percebe que ela tá ali porque ela começa: "Foi um pequeno momento, um jeito,uma coisa assim" . É com "Da Maior Importância" que começa o espetáculo da maior voz do Brasil.

O  esforço para atingir os agudos era visível desde o começo do show e a vontade de superar os obstáculos também. Tanto que a plateia se tornou cúmplice. A cada batalha enfrentada entre a vontade de acertar e o medo de desafinar , o que se via era um público carinhoso, compreensivo. 


Em "Autotune Autoerótico", a plateia nem esperou o fim da música para começar a aplaudir e gritar. Muita gente aplaudiu de pé. Isso porque a música traduz exatamente o que todos sentem. Que "Não, o autotune não basta pra fazer o canto andar pelos caminhos que levam à grande beleza". É isso mesmo: nenhum recurso tecnológico será capaz de substituir a voz na função de tocar o sentimento das pessoas.

Caetano Veloso sentiu mais ou menos a mesma coisa, e escreveu na sua coluna para O Globo (que pode ser lida aqui ) sobre a o sentimento intenso entre a plateia e a cantora em São Paulo.



O álbum, lançado no fim de 2011,  composto e produzido por Caetano, causou muita polêmica, tanto por parte dos fãs, quanto pela crítica especializada. 


O motivo da discussão foi o fato de Recanto ter uma pegada mais eletrônica, mais moderna. Muita gente não conseguiu associar o nome Gal Costa a uma música inspirada no funk carioca, como no caso de Miami Maculele, por exemplo. 


Mas a plateia  presente no HSBC Brasil era das mais receptivas possível.
Eu percebi que muita gente que estava sentada perto de mim, não tinha ouvido o novo CD, só estava lá pelo nome, pela estrela de outros tempos. Então, fiquei atenta para perceber a reação do público com as novas músicas. Felizmente, notei que a maioria gostou e  se divertiu com essa nova Gal. Em "Neguinho", por exemplo, ouvi muitas risadas de pessoas que, provavelmente, nunca tinham ouvido a música e se encantaram com o tom de deboche.  Aliás, na minha opinião, “Neguinho”  é  a música do novo disco que mais deu certo nos shows.  O retorno da platéia é incrível!
Mas é claro que quem estava lá só por causa dos clássicos, não foi para casa insatisfeito, já que o repertório contou com a interpretação de vários sucessos, como “Folhetim”, “Divino Maravilhoso”, “Barato Total” e “Força Estranha”.

Vi muita gente se emocionando, chorando, em todos momentos. Um ponto alto, foi quando ela interpretou Um dia de Domingo imitando o Tim Maia, com a voz grave. Ficou muito parecido, de verdade. A música já é linda, mas se tornou mais ainda, porque se transformou em uma homenagem de Gal (e Caetano, que foi quem deu a ideia) para Tim Maia.

Enfim, acho que dá pra perceber que as apresentações do Recanto aqui em SP podem ser resumidas em uma palavra: emoção.
E aos que moram em outras regiões do Brasil que não fazem parte do circuito-de-sempre dos shows (SP-RJ-BH-POA-Recife), a boa notícia: Gal já declarou que quer se apresentar por todo o Brasil. Então já vão preparando o coração (e o bolso, né!), porque esse é um show daqueles que mexem com a gente. É um show que envolve toda uma trajetória de amor à música, de amor à arte de cantar.


E quem ainda tiver dúvidas de que vale a pena assistir ao show, compartilho o setlist:




Texto escrito por @brendaamaral

O passado resgatado pela música ♫

O mistério da música nos faz vivenciar tempos que não vivemos e nos leva a refletir os amores  e dissabores passados, onde os sentimentos eram fortemente o motivo das grandes composições. Um dos inúmeros exemplos é a canção que ficou conhecida ou melhor, reformulada através da voz e roupagem que a Marisa Monte deu a "Ontem ao Luar". Música linda, mas, que tem um passado que ela mesmo gosta de contar em seus shows quando a canta. 

 Catulo da Paixão

Quem a compôs foi Catulo da Paixão, natural do Ceará e que nasceu, entre datas que convergem em 31 de Janeiro de 1866 (existe a possibilidade de ter sido alterada), ele dividiu essa composição com Pedro Alcântara, vale lembrar. Mas, sua canção ganhou força e conquistou o Brasil na voz de Vicente Celestino de apelido "voz orgulho do Brasil".


Nascido em 12 de setembro de 1894 no Rio de Janeiro, Vicente tinha seu foco voltado ao amor em suas canções. Em 1952 gravou "Ontem ao Luar" um de seus grandes sucessos e na época marcou história. Hoje, esse CD é uma raridade, mas, quem o tem ou já ouviu, percebe a voz forte e marcante que deu origem a este apelido bem propício. Posso dizer porque o tenho e já ouvi nas duas versões: Vicente e Marisa Monte


Ontem ao Luar na Voz de Vicente Celestino

Grande cantora, Marisa Monte é além de tudo, pesquisadora do que há de melhor da MPB, ouviu, gostou e  gravou essa canção e a colocou em seu show "Memórias, Crônicas e Declarações de Amor" que percorreu todo Brasil em Turnê.


Além de uma nova roupagem, a interpretação que Marisa deu à música, foi algo que emocionava, que induzia a voltarmos ao tempo. Sensação belíssima, não de nostalgia, mas, de querer voltar ao passado e beber mais daquela fonte. Acho que esse é o forte da música: a gente bebe em fontes que nem sempre estão em nossa vivência, mas, que se eternizam no tempo. 

 Ontem ao Luar na voz de Marisa Monte


Por Elaine Carla @FamiliaMeFazBem

26 de maio de 2012

O Encontro de Sivuca e Hermeto Pascoal


Saiba como foi o encontro desses dois monstros sagrados da MPB, Sivuca e Hermeto Pascoal, um saiu da Paraíba e o outro de Alagoas e eles se conheceram em Recife, o destino parecia conspirar a favor desses dois gênios, vejam os detalhes desse encontro no vídeo abaixo:

                       

Pra Homenagear Sivuca que faria 82 anos hoje, vamos postar aqui uma pequena seleção de vídeos com clássicos da carreira de Severino Dias de Oliveira (Sivuca).


                                "Tico-Tico no Fubá" (Zequinha de Abreu)


                       


                                          "João e Maria" (Sivuca e Chico Buarque).


                        
Trecho do DVD “Sivuca o Poeta do Som” Sivuca e Orquestra Sinfônica da Paraíba.  Feira de Mangaio. (Sivuca e Glória Gadelha)


                         
Além desses vídeos nós postamos uma mini-biografia do Genial Sivuca na nossa página no Facebook, confira nesse link: SIVUCA


Confira também o Site com a discografia e material de arquivo do nosso saudoso Sivuca, clique Aqui: Sivuca





"Vem me dê a mão, a gente agora já não tinha medo, no tempo da maldade, acho que a gente nem tinha nascido" [João e Maria] Sivuca e Chico Buarque.





20 de maio de 2012

Promoção Patricia Talem, 10 CDs Autografados + 01 Livro


A cantora Patricia Talem está lançando seu terceiro álbum, "Sorte" e pra brindar a chegada desse disco, firmamos uma parceria. serão sorteados 10 CDs autografados, um livro, e dez chaveiros, confira todas as informações no parágrafo abaixo:

1* - Serão 10 ganhadores, o primeiro sorteado ganhará 01 CD "Sorte"autografado + Chaveiro + 01 Livro. (O Livro de Ouro da MPB (2ª edição – 2012)- Ricardo Cravo Albin)


2*- Do Segundo ganhador em diante, os prêmios serão: 01 CD autografado + 01 Chaveiro. Pra ganhar é muito fácil, confira abaixo o regulamento do sorteio:

Pra Ganhar os prêmios é necessário: *Curtir a página do Clube da MPB(http://facebook.com/EuAmoMPB) e da Patrícia Talem(http://facebook.com/patriciatalem) e *Seguir no Twitter@EuAmoMPB + @PatriciaTalem. Feito isso, é só Retuitar esse tweet: Clique aqui!


O Sorteio será realizado no dia 10/06/2012 e o resultado será divulgado através das nossas redes. 

Lembrando que serão 10 ganhadores, e pra levar o prêmio é preciso seguir os perfis citados acima no Twitter e no Facebook, caso o ganhador não esteja seguindo os perfis, será automaticamente eliminado. Desejamos a todos Boa Sorte!

         





13 de maio de 2012

Playlist Especial de dia das mães


Fizemos uma Playlist especial para este dia das Mães. Afinal, as mamães também merecem ouvir boa música. Desejamos à todas as mamães um lindo dia e que nós retribuamos todo o amor e carinho que nos foi dado desde o nascimento. Aproveitem!


Toquinho - mamãe


Roberto Carlos - Lady Laura 



Cazuza - Só as mães são felizes


Luiza Possi - Minha mãe


Erasmo Carlos - Filho único


Gal Costa - Mãe 


Cristina Mel - Lágrimas de mãe 


Pato Fú - Mamã Papá


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Tal Mãe, Tal Filha, Mães e filhos de Sucesso na MPB


                                                     
Falar sobre a influência e importância das nossas mães em nossa vida é cair no lugar comum, não é mesmo? Elas estão sempre presentes em nossas lembranças de infância, nosso contexto familiar, nossos gostos e… nossa genética. Nunca parou para pensar nisso? Além da aparência, podemos “herdar” de nossas mães aptidões como uma boa voz, por exemplo – como aconteceu com algumas de nossas cantoras atuais, que seguiram direitinho os passos de suas mães, artistas consagradas. Claro que para isso é preciso também dedicação, estudo e uma pitada de sorte que vem de berço. Listamos algumas das artistas brasileiras que fazem bonito adotando a carreira de suas mães. Você lembra de outros casos tal mãe, tal filha? Conta pra gente!  

Elis Regina & Maria Rita
Maria Rita tinha apenas quatro anos de idade quando sua mãe Elis Regina, considerada a maior cantora brasileira de todos os tempos, faleceu. Fruto do casamento da cantora com o pianista César Camargo Mariano, a filha sempre teve consciência da importância de sua mãe para a Música Popular Brasileira. Tanto, que Maria Rita só lançou sua carreira aos 24 anos, quando percebeu que este era também o seu sonho. “O motivo passou a existir quando percebi que ficaria louca se não cantasse”, diz na biografia postada em seu site.

                           Elis Regina com os filhos, Pedro Mariano, Maria Rita e João marcelo.
                                                
Veja a entrevista abaixo dada por Elis Regina para o programa Mulher, da Rede Globo, em 1979. Nela, Elis faz uma declaração de amor aos filhos, João Marcelo Boscoli, Pedro Mariano e, especialmente à filha Maria Rita: “não sei o que quero pra ela. Queria tanta coisa legal. Que ela ria muito, que ela não fique pesada nunca”.

                     

Neste ano completa-se 30 anos sem a intérprete de canções memoráveis da história da MPB como Águas de Março, O Bêbado e A Equilibrista, Como Nossos Pais – canções que primeira pela vez estão sendo apresentadas ao público, na turnê “Viva Elis”, em tributo à Pimentinha. Uma mudança de data dos shows veio a ser uma bela homenagem: o show programado para cidade do Rio de Janeiro foi adiado para hoje 13 de maio: “Dia Das Mães”

Miúcha e Bebel Gilberto 
Heloísa Maria Buarque de Hollanda, a Miúcha, é um dos grandes nomes da Bossa Nova. Ao lado de Tom Jobim, Vinícius de Moraes e Toquinho, lançou no Canecão um dos mais importantes espetáculos desse movimento musical, que seguiu para apresentações internacionais e deu origem à gravação Tom, Vinícius, Toquinho e Miúcha gravado ao vivo no Canecão (1977)


Bebel Gilberto, fruto do casamento da cantora Miúcha com o músico João Gilberto, segue à risca os passos e as parcerias de sucesso da mãe. Desde os nove anos de idade Bebel já participava de apresentações de Miúcha e de musicais como Pirlimpimpim e Saltimbancos. Profissionalmente, lançou-se em 1986 com um EP que leva seu nome e contou com a parceria de ninguém menos que Cazuza. Em trabalhos mais recentes, Bebel estabeleceu parcerias com produtores do quilate de Mark Ronson (de Amy Winehouse e Lily Allen), Daniel Jobim, Carlinhos Brown, Mario Caldato Jr (de Björk e Jack Johnson), entre outros, que reforçam o caráter internacional de sua carreira, assim como foi a de sua mãe.


                  


Zizi e Luiza Possi
Com certeza você já cantou ou ouviu Asa Morena no karaokê. A música de 1982 famosa na voz de Zizi Possi, é um dos maiores sucessos da cantora, de formação erudita em canto e piano, descendente de italianos e paulista do Brás. Descoberta pelo produtor Roberto Menescal, aos 22 anos lançou o primeiro LP, Flor do Mal (1979), tendo gravado a faixa Pedaço de Mim com Chico Buarque, autor da canção.


Zizi também é sucesso em trilhas de novelas: quem não lembra de Per Amore, música de seu disco homônimo de canções em italiano, que fez sucesso como tema da novela Por Amor, de Manoel Carlos?
A carreira de Luiza Possi, fruto do casamento de Zizi com o produtor musical Líber Gadelha, começou de forma semelhante à da mãe, tendo despontado quando cantou com ela em uma apresentação em 2001 no Programa do Jô. Assim como Zizi, seu trabalho foi parar na trilha sonora de novelas: a faixa Eu Sou Assim, de seu CD de estreia, entrou na trilha de Mulheres Apaixonadas.

                

Ambas já foram indicadas a prêmios importantes da música, especialmente por seus trabalhos mais autorais. Zizi ganhou por duas vezes o Prêmio Sharp (atual Prêmio Tim de Música), em 1991 de Melhor Cantora e Melhor CD de MPB por Sobre Todas as Coisas, e novamente em 1993 de Melhor CD de MPB por Valsa Brasileira, além do Troféu Imprensa de melhor cantora, em 1999. Luiza venceu o prêmio de Melhor Cantora do Prêmio Tim de Música de 2006 e foi indicada em três categorias ao Grammy Latino de 2007 – Melhor Artista Revelação, Melhor Álbum Pop Contemporâneo Brasileiro e Melhor Álbum de Música Popular Brasileira – por Escuta, seu terceiro álbum, que teve o amor como tema central.


Confiram na nossa página no Facebook, um álbum dedicado ao dia das mães, postamos algumas fotos de mães e filhos famosos da MPB: Clique aqui: Feliz Dia Das Mães


Créditos: esse texto foi publicado originalmente no site: Plush Blush por Cinthia Pascueto, e devidamente autorizado pela mesma para postagem nesse blog.


9 de maio de 2012

Ganhe CD e DVD "Prêmio da Música Brasileira"


Olá amigos do Clube da MPB, estamos fazendo uma promoção junto com a equipe do Prêmio da Brasileira. vamos sortear através do nosso Twitter um CD e na nossa página no Facebook um DVD, trata-se do CD e DVD da turnê do 22 Prêmio da Música Brasileira que fez homenagem a Noel Rosa.
 Para GANHAR é muito fácil, veja no exemplo a baixo:

CD: Para Ganhar  o CD você precisa seguir o nosso perfil no 
Twitter e também o perfil doPrêmio da Música Brasileira, e retuitar esse tweet com o link do sorteio: Clique Aqui!

DVD: Para Ganhar o DVD basta Curtir a nossa página no 
Facebook e clicar na ABA de Sorteio conforme aparece sequência das fotos abaixo:


Depois de Curtir a página, é só clicar dentro do círculo verde em quero participar, observe que ao clicar na aba do sorteio você será direcionado direto para a promoção, veja na foto:



Lembrando que uma mesma pessoa pode participar das duas promoções, basta seguir no twitter e curtir a página no Facebook, será sorteado 01 CD e 01 DVD, no dia 31/05/2012.  A entrega do CD e DVD é de responsabilidade do Prêmio da Música Brasileira, que entrará em contato com os ganhadores por email.

Agradecemos a todos que estão participando, Convido vocês pra Curtir! a página do Prêmio da Música Brasileira no Facebook: 
Prêmio da Música Brasileira





Resultado da promoção


Queremos agradecer a todos vocês que participaram da promoção, foi um sucesso! muita gente participou e o resultado você confere na nossa página no Facebook pelo Link: Promoção do DVD e também no twitter: Promoção do CD.


Obrigado!







8 de maio de 2012

Biografia de Billy Blanco




Billy Blanco é o nome artístico de William Blanco de Abrunhosa Trindade, pioneiro na transição entre o samba-canção e a Bossa Nova, cantor e compositor paraense, carioca de coração.

William Blanco Abrunhosa Trindade nasceu em Belém do Pará no dia 8 de maio de 1924. Willian é um arquiteto, músico, compositor e escritor brasileiro, seu samba sincopado que fugia da cadência vigente do estilo passou a chamar a atenção dos cantores da época.

A carreira de compositor deslanchou nos anos 50, quando suas músicas foram gravadas por Dick Farney, Os Cariocas e Dóris Monteiro, além do já mencionados. Na década de 60, Billy participou de festivais e espetáculos, nos quais começaram a vir a público seus sambas em estilo de crítica sócio-comportamental.

Billy gravou sete discos de carreira e o mais recente deles, O Autor e Sua Música, foi lançado em 1996. Em 2002, a Biscoito Fino lançou A Bossa de Billy Blanco.

Atraído pela música desde criança, quando começou a compor tinha o cuidado ao escrever seus sambas, com letras elaboradas, assuntos e composições das canções.

Nos anos de 1940, quando cursava o segundo ano de engenharia, foi para São Paulo, para fazer o curso de arquitetura, ingressou no Mackenzie College em 1946. Foi para o Rio de Janeiro, e estudou na Faculdade de Arquitetura e Belas Artes, em 1948. Graduando-se em 1950, em arquitetura.

Tem um estilo próprio, descrevendo os acontecimentos a sua volta, com humor ou no gênero exaltação, falando de amor e das desilusões; onde seu samba sincopado, que fugia da cadência vigente do estilo , passou a chamar à atenção dos cantores da época. Sua primeira composição foi "Pra Variar" em 1951.

Nos anos 50 e 60 seus sucessos foram gravados por Dick Farney, Lúcio Alves, João Gilberto, Dolores Duran, Sílvio Caldas, Nora Ney, Jamelão, Elizeth Cardoso, Dóris Monteiro, Os Cariocas, Pery Ribeiro, Miltinho, Elis Regina e Hebe Camargo. Seu primeiro sucesso foi Estatutos da Gafieira, na voz de Inesita Barroso - gravação RCA Victor - 1954.

Parceiros
Baden Powell - Samba triste
Tom Jobim - Sinfonia do Rio de Janeiro - Suíte Popular em ritmo de samba - 1960.
João Gilberto - Descendo o morro. A montanha/O morro - onde os dois doutores do asfalto, homenageiam o samba de gente simples e de favela.
Cinquenta e seis parcerias com o violonista Sebastião Tapajós e com outros compositores, num total de quinhentas músicas, sendo que trezentas já gravadas.

Sucessos consagrados
Sinfonia Paulistana, Tereza da praia, O morro, Estatuto da gafieira, Mocinho bonito, Samba triste, Viva meu samba, Samba de morro, Pra variar, Sinfonia do Rio de Janeiro, Canto Livre.

Sinfonia do Rio de Janeiro
É composta por dez canções, escritas em parceria com Tom Jobim, em 1960. As canções são Hino ao Sol, Coisas do dia, Matei-me no trabalho, Zona sul, Arpoador, Noites do Rio, A montanha, O morro, Descendo o morro e o Samba do amanhã.

Sinfonia Paulistana
(Retrato de uma cidade)

Foi concluída em 1974. Billy Blanco trabalhou nela durante dez anos. É composta por quinze canções, cantadas por Elza Soares, Pery Ribeiro, Cláudia, Claudette Soares, Nadinho da Ilha, Miltinho, coro do Teatro Municipal de São Paulo. Produção de Aloysio de Oliveira e orquestra regida pelo maestro Chico de Moraes.
As músicas se chamam Louvação de Anchieta, Bartira, Monções, Tema de São Paulo, Capital do tempo, O dinheiro, Coisas da noite, O céu de São Paulo, Amanhecendo, O tempo e a hora, Viva o camelô, Pro esporte, São Paulo jovem, Rua Augusta e Grande São Paulo.
Destacando-se o carimbó épico Monções, e a original fusão bossa-pop em O tempo e a hora.

Canto Livre
Escrito na época da Ditadura Brasileira, Billy Blanco compôs essa música assim que saiu de sua temporada no Forte de Copacabana.

O meu compromisso; com sinceridade; é fazer meu povo; sorrir outra vez; e melhor que isso; só se for verdade; No mais, tanto faz; como tanto fez;

Canta!; Sempre serás feliz quando cantares.; e dentre as coisas pelas quais lutares,; o canto puro e simples não esquece,; numa prisão, na irgreja ou na rua,; uma canção tem força de uma prece,; não haverá no mundo quem destrua,; morre um cantor e o canto permanece.;

Canta!; Mesmo cativo, o pássaro não liga; prendem o seu corpo, não sua cantiga,; seu canto é livre, livre como o vento; e um cantor não para, só morrendo; mas a canção revive sua memória; e ele renasce a caa momento; porque seu canto faz parte da História;

Livros escritos
(em parceria)

MACEDO, Regina Helena - Tirando de Letra e Música - Editora Record - 1996 - 224págs. - ISBN: 8501043397

MACEDO, Regina Helena - Florentino Dias: uma vida dedicada a música - Editora Record - 96 págs. - ISBN: 8501056529

Billy é a linha viva que dividiu (e divide) o samba canção, das vozes altas e letras tristes, da bossa nova. Poeta de um tempo glorioso, mas não perdido ou esquecido como preferem alguns, Billy Blanco está na ativa produzindo (85 anos), o que muitos na casa dos áureos 30 anos não conseguem sequer tentar. Compõe todo dia e quer mais.

Billy Blanco gosta de manter certas diretrizes em mente na hora de compor. "Ao escrever, pretendo que as canções sejam cantadas por qualquer pessoa em qualquer tempo. Não componho especificamente para uma só voz ou para um só tom. Quero que minhas canções signifiquem algo em qualquer tempo, sem ser saudosista. Música é para unir gerações, contar histórias das velhas para as novas", diz Billy.

"Estava acabando agora mesmo uma canção. E amanhã rasgo, jogo fora e faço tudo de novo. É como ginástica, aeróbica, essas coisas. O compositor, assim como qualquer instrumentista (um violonista, por exemplo), precisa trabalhar todo dia, colocar seu ofício em dia", diz Billy, com simplicidade. Ele também sabe que, para os padrões atuais, seu ritmo de produção é espantoso.

"Eu duvido que exista um compositor na minha idade produzindo do jeito que produzo. Como disse, componho todos os dias, e não é porque tenho que compor para sobreviver. Eu sobrevivo para compor. E faço isso exatamente como fazia há 60 anos. É minha necessidade e meu papel no mundo", diz.


William Blanco de Abrunhosa Trindade
 8/5/1924 Belém, PA 
 7/7/2011 Rio de Janeiro, RJ

                            
Esse texto é parte integrante da biografia de Billy Blanco, postado originalmente no Letras.com.br todas as informações quanto ao crédito do autor da postagem e informações adicionais se encontram disponíveis nesse link: Letras.com.br



7 de maio de 2012

Viva Elis. Viva Maria Rita!







São Paulo, cinco de maio de 2012. Parque da Juventude. Maria Rita emociona um público de 120 mil pessoas.






Tendo como cenário o Parque da Juventude, na zona norte da capital, o quarto show de Maria Rita em homenagem à mãe chegou a São Paulo neste sábado (5), às 15h.

A estreia de Nivea Viva Elis aconteceu no dia 24 de março, em Porto Alegre, local onde Elis nasceu. Além da capital riograndense, a turnê já passou pelas cidades de Recife e Belo Horizonte e será encerrada no dia 13 de maio, Dia das Mães, no Rio de Janeiro.




Ao lado dos músicos Thiago Costa (piano e teclado), Sylvinho Mazzucca (baixo acústico e elétrico), Davi Moraes (guitarra) e Cuca Teixeira (bateria), Maria Rita provou que o sangue musical que correu nas veias de sua mãe, é o mesmo que corre em suas veias. Emocionada, a cantora passeia por um repertório consagrado, de canções que marcaram a carreira de Elis.

A diversidade do público presente tornou o ambiente ainda mais bonito e agradável. Fãs de Elis, pertencentes a antigas gerações, os quais tiveram importantes passagens de suas histórias marcadas por canções alegres ou tristes interpretadas por ela, sentiram-se ainda mais emocionados quando Maria Rita entrou em cena explicitando expressões corporais, trejeitos, coreografia e timbre muito próximos aos de sua mãe. Foi como voltar no tempo.

Orgulhosamente, Maria Rita fala da trajetória de sua mãe, não apenas como cantora, mas como cidadã politicamente ativa que foi Elis Regina. “ Ela não era só um rostinho bonito e uma voz afinada, era uma mulher... guerreira!” Diz Maria Rita, emocionada.  

A cantora não conteve as lágrimas ao cantar “Como nossos pais” e “O bêbado e a equilibrista”. Ao final das canções, recebeu aplausos prolongados do público, que conseguiu sentir a beleza de sua emoção, valorizada pela singularidade harmônica de sua interpretação.

Ainda emocionada, agradeceu ao público pela paciência e compreensão a respeito das alterações de data do show.

Maria Rita conseguiu resgatar emoções de um Brasil que após trinta anos, ainda chora lágrimas de saudades de Elis.

O dia lindo e ensolarado contribuiu bastante para que o espetáculo se tornasse ainda mais perfeito. A energia emanada do público trouxe ventos que, para muitos, significavam a presença de Elis.

Onde quer que Elis esteja, deve estar muito orgulhosa de sua filha, que a representou com maestria, através de uma homenagem digna de deixar 120 mil pessoas arrepiadas do início ao fim.

Depois deste show, torna-se indissociável ser fã de mãe e filha.

Maria Rita reviveu Elis... e nós aplaudimos.