Um passo à frente
Em coletiva de imprensa, Ney Matogrosso apresenta seu novo trabalho: "Atento aos Sinais"
Foto: Bárbara Almeida
Ele voltou.
Com 71 anos, 40 de carreira, e após o introvertido Beijo Bandido, Ney Matogrosso volta a assumir seu lado excêntrico, que sempre foi sua grande marca, desde o início, em 1973, na banda Secos e Molhados. Com iluminação dirigida pelo próprio artista, repertório muito bem escolhido e exuberantes figurinos, seu novo trabalho: "Atento aos Sinais", estreia nesta sexta-feira, em SP.
Apesar da estreia coincidir com a marca dos 40 anos de carreira, Ney afirma que o trabalho não irá funcionar como comemoração. "É só mais um passo adiante", diz o cantor. É claro, um artista brilhante (em todos os sentidos) como Ney Matogrosso não precisa de datas redondas para reafirmar seu sucesso . Não precisa de cerimônia.
O lançamento da turnê e a gravação de um disco posteriormente, são patrocinados pelo Natura Musical (que apresentou todos os contemplados no edital 2012 recentemente). É a primeira vez que Ney tem algum projeto patrocinado. Ele afirma não ter problemas em montar um espetáculo com a ajuda de um patrocinador e assume que a situação é financeiramente bastante confortável.
O show será composto por 19 músicas, mesclando a obra de compositores da nova geração a figuras muito conhecidas na MPB. O time conta com nomes como Paulinho da Viola, Caetano Veloso, Itamar Assumpção, Criolo, Vitor Ramil e Dani Black.
Mesmo que nenhuma das canções seja inédita, Ney acredita que elas terão o valor de novas. "As músicas são quase inéditas. Elas podem ser conhecidas pelas pessoas da região dos compositores, mas pra muita gente elas serão inéditas." O artista acredita que até mesmo as músicas de grandes compositores serão uma grande surpresa para o público. "Eu vou cantar uma música do Paulinho da Viola que as pessoas nem lembram que existe. Vão redescobri-la no meu show.", disse o cantor referindo-se à música "Roendo as Unhas", do compositor carioca.
Foto: Bárbara Almeida
Sobre a gravação do CD, Ney confirma que ainda não decidiu o repertório, pois prefere primeiro ver como as músicas funcionarão no palco. "Primeiro cantar, depois ir para estúdio", é o lema do artista.
A princípio, ele não pretendia convidar os compositores para fazerem participação na gravação do disco, mas depois de dividir o palco com Criolo , mudou de ideia e pretende convidar o rapper paulistano para repetir a dose. "Durante a música, ele ficou me dizendo coisas como: 'Cafajeste! Sujo! Ordinário!' e eu achei legal. Foi excitante!"
Além de Criolo, o intérprete já fez participação no show da banda Tono, que também colaborou com uma faixa em "Atento aos Sinais", e se sentiu muito bem acolhido pelos jovens. "É um público que eu não imaginava atingir, eles foram muito abertos. Acho que é porque eles têm muito interesse pelo Secos e Molhados, e eu sou aquele camarada lá", conta Ney.
Mesmo relembrando momentos inesquecíveis da sua vida, como os anos 70, que o artista afirma ter sido sua época favorita, o artista assume que não é saudosista. Continua dando seus bons e certeiros "passos adiante".
Ney Matogrosso explica seu novo projeto
Nas redes sociais:
Clube da MPB: Twitter + Facebook