Tulipa Ruiz/Auditório Ibirapuera/SP. 07/09/2012
"Pode ser e É". O sucesso não é mais apenas um sonho distante de Tulipa. Ela não é só mais uma aposta. A prova disso foi um Auditório Ibirapuera lotado, com os ingressos esgotados há vários dias antes da estreia. Tulipa lançou seu mais novo álbum: "Tudo Tanto".
O CD é o segundo na carreira da cantora. Logo no começo do show, ela pára e diz: "Antes eu tinha 11 músicas. Agora, eu tenho 22! Olha que chique!"
O lançamento dessas 11 novas composições poderia ser um desafio imenso na carreira da cantora, porque superar o tão elogiado primeiro álbum, Efêmera (2010), parecia ser uma tarefa difícil. Mas não foi. Na verdade, Tulipa surpreendeu mais ainda, trazendo um disco muito mais maduro e impecável, em todos os sentidos, seja nas composições ou no projeto como um todo, que conta com a parceria do selo Natura Musical, um grande incentivador de novos projetos.
O Show:
Tulipa começou o espetáculo como deveria ser, com a primeira música divulgada na web, o simpático hit "É". Incrível foi ver que boa parte da platéia já sabia a letra de cor, mesmo em tão pouco tempo. Depois seguiram algumas outras composições do novo CD, como "OK" e "Script".
Na sequencia, ela começou a intercalar músicas do álbum antigo. E é aí que a popularidade do Efêmera entra em cena no Tudo Tanto. Um dos momentos mais lindos da noite foi ver a platéia cantando a faixa "Do Amor" inteira, sozinha. "O meu amor sai de trem por aí e vai vagando devagar para ver quem chegou".E assim seguiu a noite de Tulipa. Um mix entre os dois discos.
Durante o show, surgiram coisas inesperadas, como a "vinheta marota", que a banda inventou na hora, enquanto Tulipa agradecia a todos que faziam parte do projeto. Foram várias citações. E não poderia ser diferente, já que o Tudo Tanto é fruto de diversas parcerias. Tem a participação do Criolo em "Víbora" e do Lulu Santos em "Dois Cafés", por exemplo.
"Dois Cafés", música do novo álbum de Tulipa Ruiz, inspira ilustração do "Tiro de Letras"
E apesar de o lançamento do Tudo Tanto ser ainda tão recente, muitas pessoas já sabiam todas as letras. Com certeza isso é devido ao fácil acesso do público ao trabalho (o álbum está disponível no site oficial da cantora). Mesmo em parceria com o Natura Musical, Tulipa mostra que objetivo de facilitar a exposição de seu trabalho continua o mesmo de quando era independente.
E assim o show continuava, com a incrível performace da cantora em todas as músicas. Mas o melhor fica sempre pro final, né? Tulipa entra pelo fundo do palco séria e muda. Então começa a cantar a quase-ópera "Víbora" e toda a platéia, que antes dançava animada ao som pop das outras faixas, fica paralisada. Dava pra ler no rosto das pessoas: "Como essa mulher consegue fazer isso?". Podem até dizer que o tom agudo de Tulipa é tão raro que só poderia ser comparado ao de Gal Costa. Não seria exagero.
No fim, quebrando com o clima sóbrio, surge a voz de Tulipa atrás do palco: "Por favor, não saiam de seus lugares!". E então ela volta e repete a canção "É". Só que dessa vez, ela desce do palco e segue cantando entre a plateia. Debochada, até coloca o microfone na boca das pessoas e faz elas participarem. Todo mundo cantando "pelo nosso amor em movimento/ pode ser e é"!
Depois, ela volta ao palco, agradece e vai embora. Mas a emoção fica. E todos saem do incrível Auditório Ibirapuera felizes por terem acompanhado a consagração de, não mais uma promessa, mas sim uma certeza de sucesso da música brasileira. Vejam as fotos do show, no site do Natura Musical