10 de outubro de 2011

"A Voz, o Violão, a Música de Djavan"

                            

Biografia

Djavan Caetano Viana nasceu em 27 de Janeiro de 1949, na cidade de  Maceió, estado do Alagoas. Filho de mãe lavadeira, aprendeu a tocar violão sozinho, consultando as revistas de violão vendidas no jornaleiro. Teve como maior influência sua mãe que cantarolava canções de Nelson Gonçalves e Angela Maria.


Djavan e o futebol

Até os 18 anos Djavan ganhava a vida como jogador de futebol, jogava como "Meio de Campo" no CSA (Alagoas). Onde poderia até ter feito carreira profissional, além da bola Djavan também animava os bailes com seu conjunto Luz, Som, Dimensão. (LSD). Mas a paixão pela música falou mais alto e aos 19 anos deixou definitivamente o futebol e passou a dedicar-se apenas à música.


                            O começo da carreira no Rio de Janeiro (1973)



Djavan chegou ao Rio de Janeiro com 23 anos, pra tentar a carreira artística, o detalhe era que ele não conhecia ninguém por lá nem nunca tinha ido ao Rio antes. Começou trabalhando como crooner em boates famosas como:  Number One e 706. Depois de ficar muito tempo "perdido" no Rio, Djavan toma uma atitude que mudaria sua vida, lembrou-se do amigo e conterrâneo Edson Mauro, locutor esportivo da Rádio Globo para pedir que lhe apresentasse alguém da área musical. 

Edson lhe apresentou o radialista e produtor musical Adelzon Alves, este por sua vez disse que a música do Djavan não era necessariamente o tipo de música que ele trabalhava mas que lhe apresentaria um amigo "João Mello" produtor musical da Som Livre.

Djavan é contratado pela Som Livre e passa a gravar trilha de novelas, para as quais grava músicas de compositores consagrados como Dori Caymmi, Toquinho e Vinícius e Paulo e Marcos Valle. Em três anos  Djavan compõe mais de 60 músicas de variados gêneros, uma delas "Fato Consumado" que ficou em segundo lugar no Festival Abertura.



 O divisor de águas na carreira de Djavan

Festival Abertura " promovido pela TV Globo em 1975 foi o divisor de águas na carreira do Alagoano Djavan,  ele conseguiu colocar a música "Fato Consumado" em segundo lugar no festival. Vejam um trecho da música no programa Ensaio da TV Cultura: 




       O primeiro disco:  "A Voz, o Violão, a Música de Djavan"



Em 1976 Djavan grava seu primeiro Disco pela gravadora Som Livre, que incluía uma de suas criações mais consagradas: "Flor-de-Lis" e também a música "Fato Consumado". No ano seguinte Djavan assina contrato com a EMI onde viria a gravar três discos: "Djavan" (1978),  "Alumbramento" (1980) e "Seduzir" (1981). O primeiro nos deu "Serrado" e "Álibi" o segundo "Meu Bem Querer" e "A Rosa" com Chico Buarque e o terceiro "Seduzir" e "Faltando um Pedaço". 


                                     Capa do segundo disco Djavan (1978)


Djavan se consagra como um dos grandes nomes da MPB
                      
Os grandes interpretes da Música Popular Brasileira se rendem as composições de Djavan. Nana Caymmi gravou "Dupla Traição"; Maria Bethânia "Álibi" e Roberto Carlos "A Ilha". Gal Costa fez uma belíssima interpretação de  "Açaí" e "Faltando um Pedaço"; que tornaram-se as mais executadas em todo país. Mas a maior homenagem veio de Caetano Veloso que ao gravar sua versão para música "Sina" retribuiu o verbo "Caetanear" com "Djavanear". 






                Djavan conquista o reconhecimento internacional.








Em 1982 a música Flor de Lis, hit do primeiro, disco torna-se o primeiro sucesso de Djavan no disputado mercado americano na voz da diva Carmen Mcrae com o título de "Upside down". Chega o convite da gravadora CBS, Atual Sony Music e Djavan embarca para Los Angeles para gravar, sob a produção de Ronnie Foster o disco Luz que tem a participação luxuosa de Stevie Wonder tocando harmônica na canção Samurai. 

O álbum é recheado de sucessos como: Sina, Pétala e Açaí. Em 1983 Djavan participou da Gravação do Hit "Superfantástico" do grupo infantil "Turma do Balão Mágico".

Ainda em 1983 Djavan dedica cinco meses da sua carreira ao cinema. "Pra Viver um Grande Amor". Filme de Miguel Faria Jr, no qual Djavan interpreta um poeta-mendigo que se apaixona pela moça rica "Patrícia Pillar". Djavan também produziu e ajudou na composição para trilha sonora junto com Chico Buarque, vejam as músicas que fizeram parte da trilha de Pra Viver um Grande Amor

Em 1984 Djavan grava outro disco em Los Angeles: "Lilás". Seguem-se dois anos de viagens em turnê pelo mundo.

O LP Lilás fez enorme sucesso, a música Lilás foi executada mais de 1300 vezes nas rádios brasileiras no dia de sua estréia, o disco ainda trouxe um outro sucesso radiofônico, "Esquinas".

Ainda na década de 80 gravou os discos "Meu Lado" (1986), "Não é Azul Mar é Mar" (1987) também gravado nos E.U.A em inglês como, Bird of Paradise (1988); e Djavan (1989) com a música Oceano acompanhada pelo violão de Paco de Luccia, foi incluída na trilha da novela Top Model, da TV Globo.


                                                Djavan de 1990 até 2011

Djavan entra na década de noventa dando um "Baile" de musicalidade para "Alivio" dos fãs da boa música, e mostra que a "Ferrugem" não oxidou a criatividade. Em 1992 lançou o disco "Coisa de Acender" músicas como: Se, Boa Noite e Linha do Equador que ele compôs junto com Caetano Veloso são os destaques do álbum. Lançou ainda os discos "Novena" (1994), "Malásia" (1996), e "Bicho Solto" (1998).

           
Djavan Celebra o fim do anos 90 com seu primeiro disco Ao Vivo



Em 1999 Djavan gravou praticamente uma antologia de sua obra, 24 canções divididas em 2 CDs ao vivo, o sucesso se refletiu no número de discos vendidos: "Dois milhões de cópias vendidas" é importante ressaltar que essa informação foi checada e confirmada no próprio site do cantor. 

Nessa fase da carreira Djavan estava tocando com os filhos na banda, Max Viana na guitarra e João Viana na Bateria e ainda tinha a filha Flávia Virgínia fazendo participação especial nos vocais.

O sucesso do disco Ao Vivo foi compartilhado com os fãs durante uma turnê que durou 3 anos e em 2001 Djavan lançou o álbum "Milagreiro" um disco delicioso de se ouvir, uma sonoridade agradável e leve, impossível deixar de falar em algumas músicas como "Farinha" que faz uma homenagem ao povo nordestino, outra música que merece destaque é a faixa que dá nome ao disco "Milagreiro" que é cantada junto com Cassia Eller, essa faixa é de arrepiar, Cássia interpreta a canção com uma intensidade incrível, um dos melhores duetos da MPB.

Em 2004 Djavan inaugura sua própria gravadora a Luanda Records e lança um ótimo disco, o álbum Vaidade, um cd intimista e com arranjos delicados que merecem uma audição bem cuidadosa pra aproveitar todos os detalhes das músicas como o Bandolim do Hamilton de holanda, o clarinete de Lelei e o sax de Marcelo Martins.



Ainda pela sua própria gravadora Djavan viria a lançar mais dois discos, "Na Pista, etc..."(2005) e "Matizes" (2007).

2010 - Djavan lança pela gravadora Biscoito Fino o disco "Ária", álbum em que ele canta a obra de outros autores, mas não é só isso, a banda e a sonoridade do disco tornam o disco muito especial.

Djavan alcança em Ária o máximo da sofisticação e requinte ao dar sua interpretação pessoal a músicas que soam muito natural na voz do cantor como se fossem feitas por ele, essa foi a minha sensação ao escultar esse disco que pra mim é uma obra prima e merece destaque especial na discografia do músico alagoano.



2011 - "Ária ao Vivo". Djavan fez o registro do disco Ária  em CD, DVD e Bluray gravado vivo no Palácio das Artes em Belo Horizonte (MG) nos dias 8 e 9 de abril de 2011. Um presente para os fãs que lotaram o teatro em dois dias de show para celebrar e cantar junto com Djavan que fecha assim um ciclo na carreira e já vislumbra novos ares ao prometer um álbum de inéditas para 2012. 


     Vejam uma amostra do que foi esse show no Palácio das Artes:



Vejam nesse link a Discografia do Djavan

Vocês sabiam que Djavan chegou a ser preso no começo da carreira? Confira essa história no O Som do Vinil.

Fontes consultadas: Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira, Site oficial do Djavan e arquivo pessoal. A caricatura do Djavan foi tirada da internet e não tinha o nome do autor.


Considerações finais:

Foi um prazer incomensurável fazer esse post sobre o Djavan, não só por se tratar de um ícone da MPB mas por ser o meu maior ídolo, desses que a gente tem todos os discos e vai a todos os shows possíveis, Quem é fã do Dja" sabe como é emocionante vê-lo no palco, é uma sensação unica que só a música proporciona. 


"Se toda hora é hora de dar decisão eu falo agora, no fundo eu julgo o mundo um fato consumado e vou embora, não quero mais de mais a mais me aprofundar nessa história, arreio os meus anseios, perco o veio e vivo de memória".